terça-feira, 24 de abril de 2012


CHAPADA DIAMANTINA
Localizada no coração da Bahia, a Chapada Diamantina é uma região formada por inúmeras serras, morros, rios, vales, grutas e cachoeiras, um conjunto que faz deste local um dos mais bonitos do mundo.
           
            FLORA
Formada por basicamente três tipos de vegetação que são observadas e constatadas com facilidade durante qualquer passeio, a Chapada faz a transição entre os biomas do cerrado, da caatinga e da Mata Atlântica, o que faz da flora existente na região uma das mais ricas do mundo, a exemplo podemos citar a imensa variedade de plantas encontrada no Pico das Almas, terceiro maior do Nordeste com 1958 metros de altitude localizado na divisa entre as cidades de Livramento de Nossa Senhora, Rio de Contas e Érico Cardoso, no qual possui inúmeras  espécies catalogadas de orquídeas, várias delas endêmicas. No alto dos morros e serras é encontrada uma vegetação rasteira e de pequeno porte, composta por orquídeas, bromélias, cactos, sempre vivas, e alguns arbustos em geral, que servem de alimento para os animais que vivem em campos rupestres como o mocó. Como exemplos da flora regional podemos citar: o umbuzeiro, o juazeiro, a umburana, a algaroba, o pequi, a cagaita, o jambo amarelo, a macambira, o pau d’arco, a aroeira, a barriguda, o jatobá, gonçalo alves, tamboril, xique-xique, madeira nova, angico, coqueiro licuri, araçá, embaúba, quina, barbatimão, buriti, cansanção, quiabento, assa-peixe, orquídeas como a Cattleya enlongata (planta símbolo da Chapada), a Cattleya velutina e mais 232 espécies catalogadas dessa planta pela Chapada Diamantina. Inclusive várias das espécies citadas possuem propriedades medicinais, e são muito utilizadas pelo sertanejo para a produção de chás e remédios para diversas doenças.
FAUNA
A fauna encontrada na Chapada Diamantina, assim como a flora também é muito rica e diversificada, tudo isso devido à transição entre a caatinga, o cerrado e a Mata Atlântica. Com pequenas ou longas caminhadas podemos nos deparar com cobras, lagartos, anfíbios, mamíferos e principalmente aves. Essas são talvez a maior riqueza da fauna na Chapada, tanto por conta da beleza destes animais, quanto por conta da imensa variedade de espécies encontradas. Devido à caça, antes muito praticada pelos moradores locais, ao desmatamento, queimadas, e destruição do habitat, muitas espécies tiveram suas populações reduzidas, chegando à beira de uma extinção localizada, e correndo o sério risco de desaparecer da Chapada, como é o caso das onças pintadas e pretas, do tamanduá bandeira, do tatu canastra, da ema e do pato mergulhão, antes avistados com frequência, e hoje tão difíceis de serem encontrados, visto que com o progresso e as ações antrópicas, eles foram obrigados a se refugiar no alto das serras e morros, lugares protegidos, por lei como no Parque Nacional da Chapada Diamantina que tem como objetivo preservar uma boa parte da fauna, flora e riquezas naturais que existem neste local tão especial. Por conta desta localização privilegiada em que se encontra a Chapada algumas espécies são endêmicas desta região, a exemplo do beija-flor-de-gravatinha-vermelha (Augastes lumachaella), um tipo de colibri encontrado somente em regiões da Chapada que possuem áreas acima de 1.000 metros de altitude. Alguns dos animais encontrados na Chapada:
Mamíferos: Suçuaranas, raposas, saruês, micos, veados mateiros e catingueiros, mocós, preás, pacas, cutias, cuícas, tamanduás bandeira, tamanduás mirim, gatos, cachorros e porcos do mato, bichos preguiça, quatis, morcegos, capivaras, ouriços cacheiros, meia noites, jaguatiricas, macacos como bugios e muriquis, tatus peba, tatus bola e tatus verdadeiros, lontras, lobos guará, tatus canastra, antas, onças pintadas e pretas, etc. A maioria dos mamíferos existentes na região possui hábitos noturnos, por isso é um pouco difícil visualizá-los.
Aves: Anus pretos e brancos, jandaias ou tuins, codornas amarelas, codornas do nordeste, caboclinhos, perdizes, inhambus, curiangos, bem-te-vis, lavadeiras, papagaios verdadeiros, maracanãs verdadeiras, bigodinhos, tico-ticos, bacuraus, canários da terra, pombas de bando, pombas verdadeiras, andorinhas, Joãos de barro, colhereiros, garças brancas grandes e pequenas, mães da lua, garrancheiras ou casacas de couro, patos do mato, curiós, zabelês, juritis, coans ou acauãs, falcões peregrinos, caburés, quem-quens ou gralhas cancã (considerada a “voz da caatinga”), sabiás, figueiras, tico-ticos, saracuras, jaçanãs, arapongas, arerés ou irerês, marrecas caboclas, saíras douradas, saíras amarelas, cambacicas, tangarás, martins pescadores, beija-flores de inúmeras espécies, almas de gato, coquis ou pássaros pretos, emas, patos mergulhão, carcarás, gaviões pé de serra, seriemas ou sariemas (considerada a “voz do cerrado”), galos de campina, cardeais, azulões, garrichas, rolinhas fogo pagou, Picuí e caldas de feijão (rolinha roxa), periquitos da caatinga, corujas buraqueiras, quero-queros, sofrês, pêgas, coleirinhas, jacus, aracuãs, pintassilgos, papa-capins, peixes fritos, mexeriqueiras, vivis, etc.
Além desses animais citados acima, são encontrados também os insetos como os gafanhotos, os vaga lumes, as borboletas, as cigarras, as mariposas, os inchus, e abelhas silvestres como a mandassaia, a jataí, o saranhol, a mangangá e a tataíra; os anfíbios como sapos, sapos boi, pererecas, caçotes e gias; e os répteis como as cobras, as lagartixas, as víboras, os teiús, os calangos e os jacarés; peixes como, as piranhas, as traíras, os cascudos ou caris, os berés, as tilápias, os jundiás, as piabas, os lambaris, os piaus, os tucunarés, etc. E alguns crustáceos como o pitu.
BELEZAS NATURAIS
Na Chapada Diamantina existem inúmeras belezas e riquezas naturais formadas por serras, vales, morros, grutas, cachoeiras, rios, etc. Cada qual com suas particularidades, que abrilhantam ainda mais este local.
Cachoeiras: As cachoeiras da Chapada sem dúvida formam um capitulo a parte, pois nos proporcionam além de belos banhos, um magnífico visual. Algumas das cachoeiras existentes na região: Cachoeira da fumaça situada entre Lençóis e Palmeiras (maior cachoeira em queda livre do Brasil com 422 metros de altura); a do Patrício e do Chocó em Piatã; da piabinha, do funil e da andorinha em Mucugê; do Capivari, da Mandassaia, do Sossego, da Prima Vera, do Ribeirão do Meio, da Capivara, do Mosquito e do Roncador em Lençóis; do Ferro Doido, e do Agreste em Morro do Chapéu; das Rodas, das Águas Claras, do Riachinho, da Purificação e da Angélica em Palmeiras; da Caiçara e do Mel em Iraquara; dos Três Reis e da Rocinha em Brotas de Macaúbas; das Três barras e do Ramalho em Andaraí; do Brumado do Berra Bode, do Poção e Riacho do Ouro em Livramento de Nossa Senhora; do Fraga, do jiló, do Raposo e das Andorinhas em Rio de Contas; do Encantado e do Bom Jardim em Itaetê; do Cantagalo em Jussiape; do Buracão, do Rio Preto e de Santo Antônio em Ibicoara. Essas e muitas outras cachoeiras fazem parte desse cenário em que o visitante pode se interagir com a natureza, se deliciando em banhos nos vários poços que por elas são formados.
Grutas: Se tratando de uma região muito rica em calcário, a Chapada abriga uma das maiores concentrações de grutas e cavernas do Brasil, sendo que apenas uma pequena parte delas é aberta para o turismo. Sempre com a presença de um guia especializado, o turista pode conhecer algumas das grutas existentes no local, onde ele é aconselhado a não tocar em nenhuma formação rochosa, já que a oleosidade natural em nossas mãos pode contribuir para um atraso muito grande relacionado ao crescimento dessas estruturas milenares como as estalactites (teto) e estalagmites (chão). O município de Iraquara é o que mais possui grutas em seu território, são aproximadamente 200, no qual a maior parte delas ainda está sendo estudada e mapeada para que um dia possam ser abertas para a visitação. A Gruta da Torrinha localizada neste mesmo município é uma das grutas mais completas do mundo sendo a mais completa do Brasil, contendo formações raríssimas como as flores de aragonita e as flores e agulhas de gipsita (possui inclusive as maiores agulhas de gipsita do mundo), todas essas riquezas dispersas em três salões principais onde o segundo é o que possui mais dessas espeleotemas. Algumas das grutas possuem rios e lagos subterrâneos como é o caso da Gruta da Lapa Doce, da Gruta Azul e da Gruta da Pratinha, sendo que as duas últimas possuem uma ligação por onde é realizada a flutuação pelos turistas que visitam o local (com áreas em que a profundidade chega a 17 metros, onde só é possível enxergar com o auxilio de uma lanterna), uma experiência incrível devido à coloração azulada da água e a quantidade de peixes encontrada durante o passeio, inclusive ao sair da Gruta da Pratinha, o rio forma um imenso lago de águas transparentes também com uma leve cor azulada, onde existe uma tirolesa e uma bela praia que proporcionam diversão para pessoas de todas as idades. Outra gruta que abriga um rio subterrâneo é a do Poço Encantado em Itaetê, no qual possui em seu interior um magnífico poço com mais de 65 metros de profundidade, sendo tombado pelo IBAMA não é possível entrar em suas águas por questões de preservação, mas no Poço Azul localizado próximo ao anterior neste mesmo município, o turista pode realizar uma flutuação em suas águas, possuindo dois salões que variam de 3 a 15 metros de profundidade. Em ambos os poços as águas são incrivelmente transparentes com uma bela coloração azulada, permitindo que se visualize as rochas do fundo a vários metros de profundidade, resultado dos raios de Sol que penetram na gruta refletindo o calcário existente na água, onde existe um tipo raríssimo de peixe conhecido como bagre albino. Algumas grutas são importantíssimas para a arqueologia, pois muitas delas possuem uma enorme variedade de pinturas rupestres como na Gruta da Lapa do Sol (não aberta a visitação), inclusive em algumas delas já foram encontrados fósseis de animais como o fóssil da preguiça gigante. São algumas das grutas encontradas na Chapada: A Gruta da Torrinha, da Pratinha, Azul, da Lapa Doce, da Fumaça e da Lapa do Sol em Iraquara; dos Brejões, da Boa Esperança e do Pilão de Pedra em Morro do Chapéu; dos Tapuias em Paramirim; da Marota e da Paixão em Andaraí; do Bom Jesus e da Toca da Onça em Iramaia; do Morro do Fogo em Érico Cardoso; da Mangabeira em Ituaçu; da Bonilha em Jussiape; do Cristal em Bonito; a do Lapão em Lençóis; etc.
Morros serras e picos: Na Chapada Diamantina, a paisagem que predomina quando se olha para o horizonte, é de inúmeras serras, morros e picos, por isso nela são encontrados os pontos mais altos de todo o Nordeste, onde se abrigam uma enorme e rica variedade de fauna e flora, atraindo visitantes do mundo todo que querem conhecer de perto toda essa beleza. Sendo o ponto culminante do Nordeste o Pico dos Barbados localizado no município de Abaíra próximo ao município de Rio de Contas possui 2.033 metros de altitude e tem esse nome por conta dos macacos barbados (bugio) que habitam as suas matas e juntamente com o muriqui (maior primata das Américas) são muito comuns nas serras e morros desta região. O segundo lugar nesse pódio pertence ao Pico do Itobira, que com seus 1.970 metros de altura fica situado nesse mesmo município. E finalmente em terceiro lugar, o Pico das Almas, onde também pode ser encontrada a maior flora do Nordeste com várias espécies endêmicas, este pico possui 1958 metros e localiza-se na divisa entre os municípios de Livramento de Nossa Senhora, Rio de Contas e Érico Cardoso. As serras e morros encontrados na Chapada tem uma enorme importância, tanto para a botânica e o estudo da fauna e flora local, quanto para os muitos rios que possuem suas nascentes no alto dessas serras e morros, a exemplo da Serra do Tromba, da Serra do Sincorá, da Serra das Almas, da Serra dos Barbados, e outras. Quanto aos morros podemos citar: Morro do Pai Inácio, do Calumbi (Morro do Camelo) e o Morrão em Palmeiras; Morro do Castelo no Vale do Paty; da Bicuda e da Horta em Livramento de Nossa Senhora; entre outros.
Rios: A Chapada Diamantina abriga praticamente todas as nascentes das bacias do Rio das Contas e do Rio Paraguaçu, isso devido à sua localização privilegiada, onde possui clima propício e água em abundancia no subsolo, no qual formam lençóis freáticos que minam nos topos das serras, surgindo assim os inúmeros rios, riachos, córregos e consequentemente belas cachoeiras que cortam a Chapada, a água que sai da terra pelas nascentes é mineral, e por conta da preservação do local alguns rios permanecem com essa água sem nenhuma impureza por vários quilômetros como o Rio Serrano (Rio Lençóis) antes de passar pela área urbana de Lençóis, que com suas águas escuras devido à coloração das folhas que nele caem, forma diversos poços distribuídos por um grande lajedo, onde é possível o banho. O Rio Paraguaçu, é um dos rios mais importantes da Chapada, pois é o maior genuinamente baiano. Este rio tem sua nascente localizada no Morro do Ouro na Serra do Cocal, em Barra da Estiva, e possui aproximadamente 600 km até a sua foz na Baía de Todos os Santos. Outro rio, o Rio das Contas é o segundo maior rio baiano com a maior bacia inteiramente situada neste Estado, e possui sua nascente na Serra do Tromba próximo ao município de Piatã, quando percorre aproximadamente 620 km até desaguar no Oceano Atlântico. Além desses, também existem centenas de Rios pela Chapada, são alguns deles: Rio Ribeirão do Meio, Rio Mucugezinho, Rio da Água Suja, Rio Brumado, Rio Roncador, Rio Jacuípe, etc.
TURISMO E ESPORTES RADICAIS NA CHAPADA
Sendo um lugar único e magnífico a Chapada Diamantina tem um alto potencial turístico, propiciando também conhecimento sobre a história e a geografia do Brasil, e com seus morros, serras, vales, rios, cachoeiras e trilhas a Chapada oferece ao turista um ambiente ideal para a prática de esportes radicais como o rapel e mountain bike, fazendo com que ele se interaja com a natureza e possa aproveitar o máximo possível todas essas belezas existentes na região. Alguns dos roteiros mais procurados são:
Treeking no Vale do Paty: considerada uma das caminhadas mais bonitas do planeta esse roteiro pode durar até cinco dias, e se estender até 80 km entre o município de Piatã e Mucugê, onde o visitante passa por lugares fascinantes como o Morro do Castelo;
Cachoeira da Fumaça: a maior cachoeira em queda livre do país com 422 metros de altura, de onde suas águas despencam de tão alto que se transformam em vapor e quase não chegando ao chão, fica situada entre Lençóis e Palmeiras e existe uma trilha para se chegar ao topo e ao poço por ela formado;
Pantanal de Marimbus: o Pantanal do Semiárido baiano que se consiste em uma grande área alagada do Rio Santo Antônio, onde o turista pode conhecer a fauna e flora local, o Pantanal de Marimbus está localizado entre os municípios de Lençóis e Andaraí;
Pico dos Barbados, Pico do Itobira e Pico das Almas: estes três atraem todos os anos milhares de turistas para o Sul da Chapada, pois além de serem os mais altos do Nordeste, impressionam pela variedade de animais e plantas que ali podem ser encontrados, principalmente as orquídeas, plantas essas que possuem uma beleza rara e algumas só podem ser encontradas nesta região;
Ribeirão do Meio: localizado a 3 km de Lençóis este rio corre em um lajedo e cai em uma bela piscina natural onde forma-se um grande tobogã no qual as pessoas escorregam até o poço, que com suas águas escuras é ideal para banho e proporciona lazer para pessoas de todas as idades;
Gruta da Lapa Doce: localizada no município de Iraquara, esta é uma das maiores atrações turísticas da Bahia, isso devido a seu fácil acesso e a sua beleza, nesta gruta já foram gravadas cenas de diversas novelas (próximo a ela também se encontra um dos maiores umbuzeiros do mundo), em seu interior podem ser encontrados vários espeleotemas como estalactites, estalagmites e colunas, algumas formações possuem seu formato parecidos com animais e pessoas, a exemplo um leão, um presépio e um casal de pessoas;
Gruta da Pratinha e Gruta azul: essas duas grutas são localizadas na mesma propriedade e apresentam uma ligação entre elas onde existem lugares com mais de 17 metros de profundidade, ambas as grutas possuem águas muito transparentes com tom azulado devido ao calcário e o magnésio refletidos nos raios de sol, ao lado da Gruta da Pratinha existe um imenso lago também com águas transparentes e de coloração azulada, onde é possível se deliciar com um belo banho e ainda descer na tirolesa existente no local, tanto dentro dessas grutas quanto no lago é possível encontrar diversas espécies de peixes, o que abrilhantam ainda mais o passeio, a propriedade conta também com um bar, um hotel, um ótimo restaurante e roupas de mergulho para que seja realizada uma flutuação dentro da gruta, percorrendo a distância de 200 metros e retornando para o ponto de partida. O que parece areia no fundo dessa gruta na verdade são os chamados micro búzios, ou seja, conchas de minúsculos moluscos que ali viveram a milhares de anos, por isso não é aconselhável pisar no chão da parte submersa da gruta, já que esses micro búzios estão sendo estudados e pesquisados. Na Gruta Azul não é permitido se banhar por conta da preservação do local, deixando este papel somente para a Pratinha e seu lago;
Rio Serrano e Salão das Areias Coloridas: localizados a poucos quilômetros da área urbana de Lençóis, estes são destinos muitos frequentados pelos turistas. O Rio Serrano também chamado de Rio Lençóis se encontra em um lajedo, o que forma uma grande quantidade de poços durante seu curso, que proporciona ao visitante um ótimo banho em meio a suas águas escuras e limpas, já o Salão de Areias Coloridas é formado por grandes rochas de arenito que conforme atuam as forças da natureza como vento e chuva, se soltam e formam grandes salões cheios de areia com diversas cores diferentes dependendo do mineral nela encontrado;
Morro do Pai Inácio: localizado no município de Palmeiras este é um dos principais cartões postais da Chapada e leva este nome devido a um escravo chamado Inácio que vivia em uma fazenda na região, este se apaixonou pela sinhá e ela por ele, o seu senhor sabendo disso começou a persegui-lo, com isso Inácio se refugiou nesse morro, mas, uma vez descoberto, o senhor acompanhado de vários escravos (a qual ele havia oferecido a alforria para quem conseguisse capturar Inácio), o encurralou no topo do morro, e com uma sombrinha francesa que a sinhá havia lhe presenteado, Inácio pulou do morro se escondendo em uma pedra um pouco abaixo de onde ele pulara, com isso todos pensaram que ele havia morrido na queda, enquanto isso ele sequestrou a sinhá e os dois fugiram juntos pelo vale, esta é a história contada pelos guias da região que explica a origem do nome. Este morro possui cerca de 1.150 metros de altitude e 400 da estrada, do seu topo se tem uma vista privilegiada, podendo se visualizar diversas serras e morros da região, entre eles a Serra do Sincorá, o Morrão e o Morro do Camelo (Morro do Calumbi). No Morro do Pai Inácio também podem ser encontrada uma flora serrana, com diversos tipos de bromélias e orquídeas, além de algumas nascentes que brotam das pedras água mineral, própria para ser consumida sem a necessidade de nenhum outro processo de filtração.
A Chapada oferece ao visitante um ambiente propício para a prática de diversos esportes e atrai um grande numero de pessoas que buscam locais para poder se aventurar. Cachoeiras, serras, morros e grutas se tornam cenário ideal para o rapel e escaladas. Já as inúmeras trilhas e vales existentes na região favorecem a prática de esportes como o Mountain bike, o treeking e o offroad. Os diversos poços, rios, lagos, corredeiras, cachoeiras e grutas alagadas propiciam o espeleomergulho, a tirolesa, a canoagem, o canyoning, e o mergulho. Os céus da Chapada também podem ser usados para esportes como o balonismo e asa delta.
MIRERAÇÃO NA CHAPADA
Com a descoberta de minas de ouro e diamantes na Chapada, vieram inúmeras pessoas de várias partes do país (principalmente do Sudeste), em busca de riquezas, formando-se assim várias vilas e cidades em seu território. Nos tempos áureos do garimpo na Chapada algumas cidades como Lençóis chegaram a ser consideradas entre as mais ricas do país. A mineração foi dividida em dois ciclos, o ciclo do ouro que era constituído principalmente pelas bacias do Rio Brumado e do Rio das Contas, rios estes que eram bastante ricos em ouro de aluvião o que atraiu ainda mais garimpeiros para a região, este ciclo engloba as localidades onde estão localizados os atuais municípios de Rio de Contas, Livramento de Nossa Senhora, Dom Basílio, Jussiape, Érico Cardoso, entre outros. Logo após o ciclo do ouro veio o ciclo do diamante que consistia na região da bacia do Paraguaçu, englobando toda a região de Lençóis, Mucugê, Ibicoara, Abaíra, Andaraí, Piatã, Morro do Chapéu, Palmeiras, etc. Apesar de praticamente extinta na região, a mineração deixou muitos vestígios, como os inúmeros casarões construídos graças à fortuna gerada por essa atividade e os antigos garimpos e vilas, utilizados por garimpeiros que vieram se aventurar na Chapada, um exemplo é a localidade de Igatu em Andaraí, antes denominada de Xique-xique de Igatu, ela pode ser considerada uma das principais referências sobre o ciclo do diamante na Chapada Diamantina, pois viveu o apogeu e o declínio da mineração, quando a maioria das casas construídas aproveitando grutas e cavernas foi abandonada. Igatu hoje possui uma faixa de 300 habitantes e é um dos distritos do município de Andaraí. Até hoje podem ser encontrados alguns garimpos abandonados no qual já foram retirados muitos minérios, e hoje fazem parte do roteiro turístico de várias pessoas interessadas em conhecer um pouco mais a historia do garimpo no Brasil.
PRINCIPAIS FONTES DE RENDA APÓS O DECLINIO DA MINERAÇÃO
Com a escassez do ouro e do Diamante, as cidades da Chapada foram obrigadas a recorrer a outras fontes de renda como o turismo, o artesanato, o comércio e a agricultura.
Turismo: Na Chapada Diamantina praticamente todas as cidades possuem belezas naturais que atraem pessoas de todas as partes do mundo, mais foram cidades como Lençóis que ao longo do tempo conseguiram manter preservado o seu patrimônio histórico ganhando assim o apoio do governo através de órgãos como o IPHAN, o EMBRATUR, e a BAHIATURSA, o que possibilita verba para um maior suporte para o turismo, fazendo dessa atividade uma das suas principais fontes de renda.
Artesanato: Muito ligado ao turismo, o artesanato proporciona empregos e renda para diversas famílias, no qual estas produzem objetos como camisas, chapéus, chaveiros e garrafas com areia colorida, para lembranças de turistas e os vendem obtendo lucros que irão sustentá-las.
Agricultura e comércio: Ao longo dos anos algumas cidades da Chapada sofreram um processo de modernização, o que não ofereceu suporte para receber uma grande quantidade de turistas. Em compensação, estas encontraram na agricultura uma imensa geração de empregos e lucros para si. Uma das culturas bastante fortes na Chapada é a do café, por se tratar de um clima frio, conter água farta e solos ricos em nutrientes. Outra cultura encontrada na região é a de flores na qual Mucugê se destaca com o Projeto Sempre Viva, no qual reproduz e comercializa a sempre viva, uma planta típica da região. Na Chapada Também se encontra um dos maiores exportadores de manga e maracujá do Brasil, a cidade de Livramento de Nossa Senhora, onde essas frutas são exportadas principalmente para a Europa e Estados Unidos. Com o desenvolvimento dessas cidades devido à agricultura, surge também o comércio, no qual este também proporciona para essas uma grande fonte de riquezas tornando-as assim polos regionais que atendem as necessidades de diversas outras cidades a sua volta.
Para a realização deste documento foram necessárias consulta aos determinados sites: www(guiachapadadiamantina; guialencois; terrachapada; wikiaves).com.br:  

Foram necessários também os seguintes livros:
·         Revista Turismo Aventura Lazer.
Guia Turístico da Chapada Diamantina.
Bandeira, Renato Luís.
Bandeira, Angélica Rosa.
·         Chapada Diamantina, história, riquezas e encantos.
Bandeira, Renato Luís Sapucaia.
·         Livramento-História e cidadania, cores e contrastes.
Silva, Maria Madalena.
Além destas referências cruciais para a escrita deste documento, também foram muito importantes os relatos de pessoas que convivem no seu dia-a-dia com várias das belezas narradas anteriormente, e tem seu conhecimento construído ao longo dos anos de observação destas, inclusive meus próprios conhecimentos de sertanejo e morador da Chapada, a qual nos permite através de sua incrível natureza e diversidade, ter o contato com locais e paisagens inigualáveis.

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