CHAPADA
DIAMANTINA
Localizada no coração
da Bahia, a Chapada Diamantina é uma região formada por inúmeras serras,
morros, rios, vales, grutas e cachoeiras, um conjunto que faz deste local um dos mais bonitos do mundo.FLORA
Formada
por basicamente três tipos de vegetação que são observadas e constatadas com
facilidade durante qualquer passeio, a Chapada faz a transição entre os biomas
do cerrado, da caatinga e da Mata Atlântica, o que faz da flora existente na
região uma das mais ricas do mundo, a exemplo podemos citar a imensa variedade
de plantas encontrada no Pico das Almas, terceiro maior do Nordeste com 1958
metros de altitude localizado na divisa entre as cidades de Livramento de Nossa
Senhora, Rio de Contas e Érico Cardoso, no qual possui inúmeras espécies catalogadas de orquídeas, várias
delas endêmicas. No alto dos morros e serras é encontrada uma vegetação
rasteira e de pequeno porte, composta por orquídeas, bromélias, cactos, sempre
vivas, e alguns arbustos em geral, que servem de alimento para os animais que
vivem em campos rupestres como o mocó. Como exemplos da flora regional podemos
citar: o umbuzeiro, o juazeiro, a umburana, a algaroba, o pequi, a cagaita, o
jambo amarelo, a macambira, o pau d’arco, a aroeira, a barriguda, o jatobá,
gonçalo alves, tamboril, xique-xique, madeira nova, angico, coqueiro licuri,
araçá, embaúba, quina, barbatimão, buriti, cansanção, quiabento, assa-peixe,
orquídeas como a Cattleya enlongata (planta
símbolo da Chapada), a Cattleya velutina
e mais 232 espécies catalogadas dessa planta pela Chapada Diamantina. Inclusive
várias das espécies citadas possuem propriedades medicinais, e são muito
utilizadas pelo sertanejo para a produção de chás e remédios para diversas
doenças.
FAUNA
A fauna
encontrada na Chapada Diamantina, assim como a flora também é muito rica e
diversificada, tudo isso devido à transição entre a caatinga, o cerrado e a
Mata Atlântica. Com pequenas ou longas caminhadas podemos nos deparar com
cobras, lagartos, anfíbios, mamíferos e principalmente aves. Essas são talvez a
maior riqueza da fauna na Chapada, tanto por conta da beleza destes animais,
quanto por conta da imensa variedade de espécies encontradas. Devido à caça,
antes muito praticada pelos moradores locais, ao desmatamento, queimadas, e
destruição do habitat, muitas espécies tiveram suas populações reduzidas,
chegando à beira de uma extinção localizada, e correndo o sério risco de
desaparecer da Chapada, como é o caso das onças pintadas e pretas, do tamanduá
bandeira, do tatu canastra, da ema e do pato mergulhão, antes avistados com
frequência, e hoje tão difíceis de serem encontrados, visto que com o progresso
e as ações antrópicas, eles foram obrigados a se refugiar no alto das serras e
morros, lugares protegidos, por lei como no Parque Nacional da Chapada
Diamantina que tem como objetivo preservar uma boa parte da fauna, flora e
riquezas naturais que existem neste local tão especial. Por conta desta
localização privilegiada em que se encontra a Chapada algumas espécies são
endêmicas desta região, a exemplo do beija-flor-de-gravatinha-vermelha (Augastes lumachaella), um tipo de
colibri encontrado somente em regiões da Chapada que possuem áreas acima de
1.000 metros de altitude. Alguns dos animais encontrados na Chapada:
Mamíferos: Suçuaranas,
raposas, saruês, micos, veados mateiros e catingueiros, mocós, preás, pacas,
cutias, cuícas, tamanduás bandeira, tamanduás mirim, gatos, cachorros e porcos do
mato, bichos preguiça, quatis, morcegos, capivaras, ouriços cacheiros, meia
noites, jaguatiricas, macacos como bugios e muriquis, tatus peba, tatus bola e
tatus verdadeiros, lontras, lobos guará, tatus canastra, antas, onças pintadas
e pretas, etc. A maioria dos mamíferos existentes na região possui hábitos
noturnos, por isso é um pouco difícil visualizá-los.
Aves: Anus pretos e
brancos, jandaias ou tuins, codornas amarelas, codornas do nordeste,
caboclinhos, perdizes, inhambus, curiangos, bem-te-vis, lavadeiras, papagaios
verdadeiros, maracanãs verdadeiras, bigodinhos, tico-ticos, bacuraus, canários
da terra, pombas de bando, pombas verdadeiras, andorinhas, Joãos de barro,
colhereiros, garças brancas grandes e pequenas, mães da lua, garrancheiras ou
casacas de couro, patos do mato, curiós, zabelês, juritis, coans ou acauãs, falcões
peregrinos, caburés, quem-quens ou gralhas cancã (considerada a “voz da
caatinga”), sabiás, figueiras, tico-ticos, saracuras, jaçanãs, arapongas,
arerés ou irerês, marrecas caboclas, saíras douradas, saíras amarelas,
cambacicas, tangarás, martins pescadores, beija-flores de inúmeras espécies,
almas de gato, coquis ou pássaros pretos, emas, patos mergulhão, carcarás,
gaviões pé de serra, seriemas ou sariemas (considerada a “voz do cerrado”),
galos de campina, cardeais, azulões, garrichas, rolinhas fogo pagou, Picuí e
caldas de feijão (rolinha roxa), periquitos da caatinga, corujas buraqueiras,
quero-queros, sofrês, pêgas, coleirinhas, jacus, aracuãs, pintassilgos,
papa-capins, peixes fritos, mexeriqueiras, vivis, etc.
Além
desses animais citados acima, são encontrados também os insetos como os
gafanhotos, os vaga lumes, as borboletas, as cigarras, as mariposas, os inchus,
e abelhas silvestres como a mandassaia, a jataí, o saranhol, a mangangá e a
tataíra; os anfíbios como sapos, sapos boi, pererecas, caçotes e gias; e os
répteis como as cobras, as lagartixas, as víboras, os teiús, os calangos e os
jacarés; peixes como, as piranhas, as traíras, os cascudos ou caris, os berés,
as tilápias, os jundiás, as piabas, os lambaris, os piaus, os tucunarés, etc. E
alguns crustáceos como o pitu.
Na
Chapada Diamantina existem inúmeras belezas e riquezas naturais formadas por
serras, vales, morros, grutas, cachoeiras, rios, etc. Cada qual com suas
particularidades, que abrilhantam ainda mais este local.
Cachoeiras: As cachoeiras da
Chapada sem dúvida formam um capitulo a parte, pois nos proporcionam além de
belos banhos, um magnífico visual. Algumas das cachoeiras existentes na região:
Cachoeira da fumaça situada entre Lençóis e Palmeiras (maior cachoeira em queda
livre do Brasil com 422 metros de altura); a do Patrício e do Chocó em Piatã;
da piabinha, do funil e da andorinha em Mucugê; do Capivari, da Mandassaia, do
Sossego, da Prima Vera, do Ribeirão do Meio, da Capivara, do Mosquito e do
Roncador em Lençóis; do Ferro Doido, e do Agreste em Morro do Chapéu; das
Rodas, das Águas Claras, do Riachinho, da Purificação e da Angélica em
Palmeiras; da Caiçara e do Mel em Iraquara; dos Três Reis e da Rocinha em
Brotas de Macaúbas; das Três barras e do Ramalho em Andaraí; do Brumado do
Berra Bode, do Poção e Riacho do Ouro em Livramento de Nossa Senhora; do Fraga,
do jiló, do Raposo e das Andorinhas em Rio de Contas; do Encantado e do Bom Jardim
em Itaetê; do Cantagalo em Jussiape; do Buracão, do Rio Preto e de Santo
Antônio em Ibicoara. Essas e muitas outras cachoeiras fazem parte desse cenário
em que o visitante pode se interagir com a natureza, se deliciando em banhos
nos vários poços que por elas são formados.
Grutas: Se tratando de uma
região muito rica em calcário, a Chapada abriga uma das maiores concentrações
de grutas e cavernas do Brasil, sendo que apenas uma pequena parte delas é
aberta para o turismo. Sempre com a presença de um guia especializado, o
turista pode conhecer algumas das grutas existentes no local, onde ele é
aconselhado a não tocar em nenhuma formação rochosa, já que a oleosidade
natural em nossas mãos pode contribuir para um atraso muito grande relacionado
ao crescimento dessas estruturas milenares como as estalactites (teto) e
estalagmites (chão). O município de Iraquara é o que mais possui grutas em seu
território, são aproximadamente 200, no qual a maior parte delas ainda está
sendo estudada e mapeada para que um dia possam ser abertas para a visitação. A
Gruta da Torrinha localizada neste mesmo município é uma das grutas mais
completas do mundo sendo a mais completa do Brasil, contendo formações
raríssimas como as flores de aragonita e as flores e agulhas de gipsita (possui
inclusive as maiores agulhas de gipsita do mundo), todas essas riquezas
dispersas em três salões principais onde o segundo é o que possui mais dessas
espeleotemas. Algumas das grutas possuem rios e lagos subterrâneos como é o
caso da Gruta da Lapa Doce, da Gruta Azul e da Gruta da Pratinha, sendo que as
duas últimas possuem uma ligação por onde é realizada a flutuação pelos
turistas que visitam o local (com áreas em que a profundidade chega a 17
metros, onde só é possível enxergar com o auxilio de uma lanterna), uma
experiência incrível devido à coloração azulada da água e a quantidade de
peixes encontrada durante o passeio, inclusive ao sair da Gruta da Pratinha, o
rio forma um imenso lago de águas transparentes também com uma leve cor
azulada, onde existe uma tirolesa e uma bela praia que proporcionam diversão
para pessoas de todas as idades. Outra gruta que abriga um rio subterrâneo é a
do Poço Encantado em Itaetê, no qual possui em seu interior um magnífico poço
com mais de 65 metros de profundidade, sendo tombado pelo IBAMA não é possível
entrar em suas águas por questões de preservação, mas no Poço Azul localizado
próximo ao anterior neste mesmo município, o turista pode realizar uma
flutuação em suas águas, possuindo dois salões que variam de 3 a 15 metros de
profundidade. Em ambos os poços as águas são incrivelmente transparentes com
uma bela coloração azulada, permitindo que se visualize as rochas do fundo a
vários metros de profundidade, resultado dos raios de Sol que penetram na gruta
refletindo o calcário existente na água, onde existe um tipo raríssimo de peixe
conhecido como bagre albino. Algumas grutas são importantíssimas para a
arqueologia, pois muitas delas possuem uma enorme variedade de pinturas
rupestres como na Gruta da Lapa do Sol (não aberta a visitação), inclusive em
algumas delas já foram encontrados fósseis de animais como o fóssil da preguiça
gigante. São algumas das grutas encontradas na Chapada: A Gruta da Torrinha, da
Pratinha, Azul, da Lapa Doce, da Fumaça e da Lapa do Sol em Iraquara; dos
Brejões, da Boa Esperança e do Pilão de Pedra em Morro do Chapéu; dos Tapuias
em Paramirim; da Marota e da Paixão em Andaraí; do Bom Jesus e da Toca da Onça
em Iramaia; do Morro do Fogo em Érico Cardoso; da Mangabeira em Ituaçu; da
Bonilha em Jussiape; do Cristal em Bonito; a do Lapão em Lençóis; etc.
Morros serras e picos: Na Chapada
Diamantina, a paisagem que predomina quando se olha para o horizonte, é de
inúmeras serras, morros e picos, por isso nela são encontrados os pontos mais
altos de todo o Nordeste, onde se abrigam uma enorme e rica variedade de fauna
e flora, atraindo visitantes do mundo todo que querem conhecer de perto toda
essa beleza. Sendo o ponto culminante do Nordeste o Pico dos Barbados
localizado no município de Abaíra próximo ao município de Rio de Contas possui
2.033 metros de altitude e tem esse nome por conta dos macacos barbados (bugio)
que habitam as suas matas e juntamente com o muriqui (maior primata das
Américas) são muito comuns nas serras e morros desta região. O segundo lugar
nesse pódio pertence ao Pico do Itobira, que com seus 1.970 metros de altura
fica situado nesse mesmo município. E finalmente em terceiro lugar, o Pico das
Almas, onde também pode ser encontrada a maior flora do Nordeste com várias
espécies endêmicas, este pico possui 1958 metros e localiza-se na divisa entre
os municípios de Livramento de Nossa Senhora, Rio de Contas e Érico Cardoso. As
serras e morros encontrados na Chapada tem uma enorme importância, tanto para a
botânica e o estudo da fauna e flora local, quanto para os muitos rios que
possuem suas nascentes no alto dessas serras e morros, a exemplo da Serra do
Tromba, da Serra do Sincorá, da Serra das Almas, da Serra dos Barbados, e
outras. Quanto aos morros podemos citar: Morro do Pai Inácio, do Calumbi (Morro
do Camelo) e o Morrão em Palmeiras; Morro do Castelo no Vale do Paty; da Bicuda
e da Horta em Livramento de Nossa Senhora; entre outros.
Rios: A Chapada
Diamantina abriga praticamente todas as nascentes das bacias do Rio das Contas
e do Rio Paraguaçu, isso devido à sua localização privilegiada, onde possui
clima propício e água em abundancia no subsolo, no qual formam lençóis
freáticos que minam nos topos das serras, surgindo assim os inúmeros rios,
riachos, córregos e consequentemente belas cachoeiras que cortam a Chapada, a
água que sai da terra pelas nascentes é mineral, e por conta da preservação do
local alguns rios permanecem com essa água sem nenhuma impureza por vários
quilômetros como o Rio Serrano (Rio Lençóis) antes de passar pela área urbana
de Lençóis, que com suas águas escuras devido à coloração das folhas que nele
caem, forma diversos poços distribuídos por um grande lajedo, onde é possível o
banho. O Rio Paraguaçu, é um dos rios mais importantes da Chapada, pois é o
maior genuinamente baiano. Este rio tem sua nascente localizada no Morro do
Ouro na Serra do Cocal, em Barra da Estiva, e possui aproximadamente 600 km até
a sua foz na Baía de Todos os Santos. Outro rio, o Rio das Contas é o segundo
maior rio baiano com a maior bacia inteiramente situada neste Estado, e possui
sua nascente na Serra do Tromba próximo ao município de Piatã, quando percorre
aproximadamente 620 km até desaguar no Oceano Atlântico. Além desses, também
existem centenas de Rios pela Chapada, são alguns deles: Rio Ribeirão do Meio,
Rio Mucugezinho, Rio da Água Suja, Rio Brumado, Rio Roncador, Rio Jacuípe, etc.
TURISMO E ESPORTES
RADICAIS NA CHAPADA
Sendo um lugar único
e magnífico a Chapada Diamantina tem um alto potencial turístico, propiciando
também conhecimento sobre a história e a geografia do Brasil, e com seus
morros, serras, vales, rios, cachoeiras e trilhas a Chapada oferece ao turista
um ambiente ideal para a prática de esportes radicais como o rapel e mountain
bike, fazendo com que ele se interaja com a natureza e possa aproveitar o
máximo possível todas essas belezas existentes na região. Alguns dos roteiros
mais procurados são:
Treeking no Vale do
Paty:
considerada uma das caminhadas mais bonitas do planeta esse roteiro pode durar
até cinco dias, e se estender até 80 km entre o município de Piatã e Mucugê,
onde o visitante passa por lugares fascinantes como o Morro do Castelo;
Cachoeira da Fumaça: a maior cachoeira
em queda livre do país com 422 metros de altura, de onde suas águas despencam
de tão alto que se transformam em vapor e quase não chegando ao chão, fica
situada entre Lençóis e Palmeiras e existe uma trilha para se chegar ao topo e
ao poço por ela formado;
Pantanal de Marimbus: o Pantanal do
Semiárido baiano que se consiste em uma grande área alagada do Rio Santo
Antônio, onde o turista pode conhecer a fauna e flora local, o Pantanal de
Marimbus está localizado entre os municípios de Lençóis e Andaraí;
Pico dos Barbados,
Pico do Itobira e Pico das Almas: estes três atraem todos os anos milhares de
turistas para o Sul da Chapada, pois além de serem os mais altos do Nordeste,
impressionam pela variedade de animais e plantas que ali podem ser encontrados,
principalmente as orquídeas, plantas essas que possuem uma beleza rara e
algumas só podem ser encontradas nesta região;
Ribeirão do Meio: localizado a 3 km
de Lençóis este rio corre em um lajedo e cai em uma bela piscina natural onde
forma-se um grande tobogã no qual as pessoas escorregam até o poço, que com
suas águas escuras é ideal para banho e proporciona lazer para pessoas de todas
as idades;
Gruta da Lapa Doce: localizada no
município de Iraquara, esta é uma das maiores atrações turísticas da Bahia,
isso devido a seu fácil acesso e a sua beleza, nesta gruta já foram gravadas
cenas de diversas novelas (próximo a ela também se encontra um dos maiores
umbuzeiros do mundo), em seu interior podem ser encontrados vários espeleotemas
como estalactites, estalagmites e colunas, algumas formações possuem seu
formato parecidos com animais e pessoas, a exemplo um leão, um presépio e um
casal de pessoas;
Gruta da Pratinha e
Gruta azul:
essas duas grutas são localizadas na mesma propriedade e apresentam uma ligação
entre elas onde existem lugares com mais de 17 metros de profundidade, ambas as
grutas possuem águas muito transparentes com tom azulado devido ao calcário e o
magnésio refletidos nos raios de sol, ao lado da Gruta da Pratinha existe um
imenso lago também com águas transparentes e de coloração azulada, onde é
possível se deliciar com um belo banho e ainda descer na tirolesa existente no
local, tanto dentro dessas grutas quanto no lago é possível encontrar diversas
espécies de peixes, o que abrilhantam ainda mais o passeio, a propriedade conta
também com um bar, um hotel, um ótimo restaurante e roupas de mergulho para que
seja realizada uma flutuação dentro da gruta, percorrendo a distância de 200
metros e retornando para o ponto de partida. O que parece areia no fundo dessa
gruta na verdade são os chamados micro búzios, ou seja, conchas de minúsculos
moluscos que ali viveram a milhares de anos, por isso não é aconselhável pisar
no chão da parte submersa da gruta, já que esses micro búzios estão sendo
estudados e pesquisados. Na Gruta Azul não é permitido se banhar por conta da
preservação do local, deixando este papel somente para a Pratinha e seu lago;
Rio Serrano e Salão
das Areias Coloridas:
localizados a poucos quilômetros da área urbana de Lençóis, estes são destinos
muitos frequentados pelos turistas. O Rio Serrano também chamado de Rio Lençóis
se encontra em um lajedo, o que forma uma grande quantidade de poços durante
seu curso, que proporciona ao visitante um ótimo banho em meio a suas águas
escuras e limpas, já o Salão de Areias Coloridas é formado por grandes rochas
de arenito que conforme atuam as forças da natureza como vento e chuva, se
soltam e formam grandes salões cheios de areia com diversas cores diferentes
dependendo do mineral nela encontrado;
Morro do Pai Inácio: localizado no
município de Palmeiras este é um dos principais cartões postais da Chapada e
leva este nome devido a um escravo chamado Inácio que vivia em uma fazenda na
região, este se apaixonou pela sinhá e ela por ele, o seu senhor sabendo disso
começou a persegui-lo, com isso Inácio se refugiou nesse morro, mas, uma vez
descoberto, o senhor acompanhado de vários escravos (a qual ele havia oferecido
a alforria para quem conseguisse capturar Inácio), o encurralou no topo do
morro, e com uma sombrinha francesa que a sinhá havia lhe presenteado, Inácio
pulou do morro se escondendo em uma pedra um pouco abaixo de onde ele pulara,
com isso todos pensaram que ele havia morrido na queda, enquanto isso ele
sequestrou a sinhá e os dois fugiram juntos pelo vale, esta é a história
contada pelos guias da região que explica a origem do nome. Este morro possui
cerca de 1.150 metros de altitude e 400 da estrada, do seu topo se tem uma
vista privilegiada, podendo se visualizar diversas serras e morros da região,
entre eles a Serra do Sincorá, o Morrão e o Morro do Camelo (Morro do Calumbi).
No Morro do Pai Inácio também podem ser encontrada uma flora serrana, com
diversos tipos de bromélias e orquídeas, além de algumas nascentes que brotam
das pedras água mineral, própria para ser consumida sem a necessidade de nenhum
outro processo de filtração.
A Chapada oferece ao
visitante um ambiente propício para a prática de diversos esportes e atrai um
grande numero de pessoas que buscam locais para poder se aventurar. Cachoeiras,
serras, morros e grutas se tornam cenário ideal para o rapel e escaladas. Já as
inúmeras trilhas e vales existentes na região favorecem a prática de esportes
como o Mountain bike, o treeking e o offroad. Os diversos poços, rios, lagos,
corredeiras, cachoeiras e grutas alagadas propiciam o espeleomergulho, a
tirolesa, a canoagem, o canyoning, e o mergulho. Os céus da Chapada também
podem ser usados para esportes como o balonismo e asa delta.
MIRERAÇÃO NA CHAPADA
Com a descoberta de
minas de ouro e diamantes na Chapada, vieram inúmeras pessoas de várias partes
do país (principalmente do Sudeste), em busca de riquezas, formando-se assim
várias vilas e cidades em seu território. Nos tempos áureos do garimpo na
Chapada algumas cidades como Lençóis chegaram a ser consideradas entre as mais
ricas do país. A mineração foi dividida em dois ciclos, o ciclo do ouro que era
constituído principalmente pelas bacias do Rio Brumado e do Rio das Contas,
rios estes que eram bastante ricos em ouro de aluvião o que atraiu ainda mais
garimpeiros para a região, este ciclo engloba as localidades onde estão
localizados os atuais municípios de Rio de Contas, Livramento de Nossa Senhora,
Dom Basílio, Jussiape, Érico Cardoso, entre outros. Logo após o ciclo do ouro
veio o ciclo do diamante que consistia na região da bacia do Paraguaçu,
englobando toda a região de Lençóis, Mucugê, Ibicoara, Abaíra, Andaraí, Piatã,
Morro do Chapéu, Palmeiras, etc. Apesar de praticamente extinta na região, a
mineração deixou muitos vestígios, como os inúmeros casarões construídos graças
à fortuna gerada por essa atividade e os antigos garimpos e vilas, utilizados
por garimpeiros que vieram se aventurar na Chapada, um exemplo é a localidade
de Igatu em Andaraí, antes denominada de Xique-xique de Igatu, ela pode ser
considerada uma das principais referências sobre o ciclo do diamante na Chapada
Diamantina, pois viveu o apogeu e o declínio da mineração, quando a maioria das
casas construídas aproveitando grutas e cavernas foi abandonada. Igatu hoje
possui uma faixa de 300 habitantes e é um dos distritos do município de
Andaraí. Até hoje podem ser encontrados alguns garimpos abandonados no qual já
foram retirados muitos minérios, e hoje fazem parte do roteiro turístico de
várias pessoas interessadas em conhecer um pouco mais a historia do garimpo no
Brasil.
PRINCIPAIS FONTES DE
RENDA APÓS O DECLINIO DA MINERAÇÃO
Com a escassez do
ouro e do Diamante, as cidades da Chapada foram obrigadas a recorrer a outras
fontes de renda como o turismo, o artesanato, o comércio e a agricultura.
Turismo: Na Chapada Diamantina
praticamente todas as cidades possuem belezas naturais que atraem pessoas de
todas as partes do mundo, mais foram cidades como Lençóis que ao longo do tempo
conseguiram manter preservado o seu patrimônio histórico ganhando assim o apoio
do governo através de órgãos como o IPHAN, o EMBRATUR, e a BAHIATURSA, o que
possibilita verba para um maior suporte para o turismo, fazendo dessa atividade
uma das suas principais fontes de renda.
Artesanato: Muito ligado ao
turismo, o artesanato proporciona empregos e renda para diversas famílias, no
qual estas produzem objetos como camisas, chapéus, chaveiros e garrafas com
areia colorida, para lembranças de turistas e os vendem obtendo lucros que irão
sustentá-las.
Agricultura e
comércio:
Ao longo dos anos algumas cidades da Chapada sofreram um processo de
modernização, o que não ofereceu suporte para receber uma grande quantidade de
turistas. Em compensação, estas encontraram na agricultura uma imensa geração
de empregos e lucros para si. Uma das culturas bastante fortes na Chapada é a
do café, por se tratar de um clima frio, conter água farta e solos ricos em
nutrientes. Outra cultura encontrada na região é a de flores na qual Mucugê se
destaca com o Projeto Sempre Viva, no qual reproduz e comercializa a sempre viva,
uma planta típica da região. Na Chapada Também se encontra um dos maiores
exportadores de manga e maracujá do Brasil, a cidade de Livramento de Nossa
Senhora, onde essas frutas são exportadas principalmente para a Europa e
Estados Unidos. Com o desenvolvimento dessas cidades devido à agricultura,
surge também o comércio, no qual este também proporciona para essas uma grande
fonte de riquezas tornando-as assim polos regionais que atendem as necessidades
de diversas outras cidades a sua volta.
Para a realização
deste documento foram necessárias consulta aos determinados sites: www(guiachapadadiamantina; guialencois; terrachapada; wikiaves).com.br:
Foram necessários também os seguintes livros:
Foram necessários também os seguintes livros:
·
Revista
Turismo Aventura Lazer.
Guia Turístico da
Chapada Diamantina.
Bandeira, Renato
Luís.
Bandeira, Angélica
Rosa.
·
Chapada
Diamantina, história, riquezas e encantos.
Bandeira, Renato Luís
Sapucaia.
·
Livramento-História
e cidadania, cores e contrastes.
Silva, Maria
Madalena.
Além destas
referências cruciais para a escrita deste documento, também foram muito
importantes os relatos de pessoas que convivem no seu dia-a-dia com várias das
belezas narradas anteriormente, e tem seu conhecimento construído ao longo dos
anos de observação destas, inclusive meus próprios conhecimentos de sertanejo e
morador da Chapada, a qual nos permite através de sua incrível natureza e
diversidade, ter o contato com locais e paisagens inigualáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário